Tem uma coisa boa em toda essa polêmica envolvendo o Facebook: o fim dos “especialistas” que vendem engajamento e interações.
Desde que migrei para o digital lido com supostos profissionais que iludem clientes, prometendo compartilhamentos, fãs e curtidas sem trabalho árduo na produção de conteúdo ou por meio do pagamento de publicidade.
O que ocorre é que o Facebook e outras ferramentas digitais estão tendo que rever suas políticas e com isso aqueles aplicativos de automatização marotos deixarão de funcionar.
Acaba a venda de fãs turcos, de compartilhamentos mágicos imediatos e feitos por perfis falsos, o truque do “te sigo para você ver que existo e me seguir de volta”.
Essas coisas nunca deram resultados reais e valiosos, apenas inflavam métricas comuns, mas que para leigos estava ótimo.
Sofro diariamente a pressão de políticos para ter mais fãs. Essa pressão é aumentada porque sempre tem um charlatão apontando um caminho fácil.
“Me paga 10 mil que vou bombar teu face”, “Com mil encho teu insta de seguidores”, “Por cinco mil mais o dinheiro da condução eu compartilho seu post em 5 mil grupos”. Tudo tranqueira. Conversa mole. Mambo jambo.
A verdade é que os políticos viciaram em “joinhas” a qualquer custo e muitas pessoas que trabalham na comunicação, com medo de perder o emprego, entraram na onda. Dane-se se os fãs não falam português. O chefe está feliz e isso que importa.
Quero dizer uma coisa a quem usou desse expediente: o sonho acabou! Vão ter que aprender a gerar conteúdo interessante e bem produzido se quiserem resultados. Também vão precisar entender de de marketing digital e não mais falar que entendem.
Sabe aquele texto dando parabéns para uma cidade que o político nunca pisou? E os parabéns pelo dia mundial da voz, da árvore ou do proctologista? E aquela galeria com fotos de pessoas visitando gabinete? Tudo isso não é relevante para quem está no Facebook querendo ver um vídeo de algo legal, engraçado ou inspirador.
Tudo isso é lixo embalado em papel virtual, e você, que só faz isso, passa recibo de um político superficial, deslocado do que é rede social e querendo votos a qualquer custo. É um “tiozão” de bermuda, camiseta regata e um skate na mão, falando gírias de 1960.
O eleitor quer outra coisa. Quer saber como você pensa. Quer ouvir uma história bacana da sua vida. Que entender porque você fez uma emenda ou um projeto de lei e não um número no papel como “R$ 450 mil para saúde de Ibitipoca”. Recomendo fazer um curso de conteúdo para campanhas eleitorais.
Quer um conselho? Contrate um especialista de verdade e confie nele quando lhe disser que o conteúdo é importante.